Eram 8h40 da manhã do último sábado, 27 de novembro, quando um ônibus predominantemente verde estacionou na sombra de uma árvore a uns 400 metros da entrada do Parque São Jorge, no bairro do Tatuapé, em São Paulo. 

Do ônibus, cedido pela prefeitura de Guará, logo desceram 40 atletas do Univille, entre sete e 17 anos de idade. Poucos minutos depois do desembarque, iria começar uma aventura praticamente inimaginável para eles: conhecer as dependências e a história do Sport Club Corinthians Paulista.

Selecionados pelas notas escolares, os 40 atletas das várias categorias de base do Univille deixaram Guará às duas horas da manhã de sábado, rumo à capital paulista. Tudo havia sido bem organizado. A visita estava agendada com antecedência. As mães dos garotos haviam preparado bolos, salgados e outros quitutes, que às 6h40, em um posto na beira da estrada, se transformaram no café da manhã, com direito a “Parabéns pra você” para os aniversariantes João Miguel e Mateus.

Alimentada e ansiosa, a garotada passou pelas catracas do Parque São Jorge, recebeu as pulseiras de visitantes e, monitorada por um guia, iniciou o roteiro de conhecimento pelos 158 mil metros quadrados da sede social do Corinthians.

A trupe estava acompanhada do coordenador do Univille, Jorge Augusto; da vice-presidente do projeto, Cleide Barbosa Moreira dos Santos; do treinador Marivaldo Silva; da preparadora física Hévila Vieira; e de quatro mães – Elisângela Borges, Cristiana Valin, Aloana dos Santos Barbosa e Sheila de Almeida Santos – que embarcaram na aventura com a tarefa de ajudar no que fosse necessário.

No início da visita, a comitiva guaraense foi saudada pelo diretor cultural do Corinthians, André Carrijo Ferreira, que não perdeu a oportunidade de zoar com a camiseta trajada pelos garotos.

– Mas tinha de ser verde? – sapecou o diretor corintiano, diante daquele grupo de meninos vestidos com o uniforme de treino do Univille, nas cores verde e azul.

A garotada passou pelos jardins onde estão monumentos e bustos de alguns dos maiores jogadores da rica trajetória corintiana. Passou pelas quadras de tênis e pelos campos de futebol society, onde treinam as categorias menores do Timão. Conheceu a capela de São Jorge e o local onde fica a sirene que o clube aciona para anunciar a contratação de algum grande jogador.

Conheceram também o ginásio que abriga várias modalidades esportivas e o famoso parque aquático. E o local onde todos ficaram maravilhados: o Memorial, que exibe imagens e troféus das principais conquistas alvinegras desde a fundação, em 1910.

Almoçaram no restaurante Espetão e, na sequência, veio a última atração: conhecer o lendário campo da Fazendinha, na verdade o estádio Alfredo Schurig, com capacidade para 16 mil pessoas.

Neste momento, foram surpreendidos pela presença do atacante Cauê, guaraense que integra o time sub-20 e que já participou de jogos com a equipe principal, durante o Campeonato Paulista deste ano. Cauê tirou fotos com cada um dos guaraenses.

Pouco antes das três da tarde todos já estavam no ônibus para a viagem de volta, que teve três paradas, uma para arrematar o piquenique preparado pelas mães e duas para um xixi básico. “A garotada, agora, já tem muita história para contar”, afirma Jorge Augusto. “Para o ano que vem, estamos planejando visitar outro grande clube, provavelmente nas férias escolares de julho”, acrescenta o coordenador do Univille, que não abre mão do critério de seleção: vai quem apresentar as melhores notas na escola.

No meio da viagem de volta, os garotos do Univille – metade era corintiana, segundo Jorce – acompanharam, pelos celulares, a final da Libertadores, entre Palmeiras e Flamengo, disputada no fim daquela tarde/início de noite em Montevidéu, no Uruguai.

Em um ônibus predominantemente verde, não podia dar outra coisa.