A etapa regional da 24ª Edição dos Jogos da Melhor Idade (JOMI) foi disputada semana passada em Ribeirão Preto. As provas de atletismo aconteceram na pista da Cava do Bosque, na sexta-feira, 17 de junho. Guará esteve representada por dois atletas – e ambos voltaram com medalhas no peito.

José Luiz conquistou a medalha de ouro na Categoria C, entre atletas de 70 a 74 anos de idade. E Angélica Maria dos Santos trouxe a medalha de bronze na Categoria B, que reúne corredoras entre 65 e 69 anos. Ambos fizeram o percurso de 1.200 metros. José Luiz cravou o tempo de 4 minutos e 41 segundos. Angélica concluiu a prova em 6m36s.

Os dois atletas foram a Ribeirão Preto acompanhados da secretária municipal de Esportes, Renata Lubito, e da assessora de secretaria Val Santiago, que cumpriram todas as medidas burocráticas necessárias para a participação deles nos Jogos e providenciaram o transporte até o local da competição.

“Foi a melhor prova que eu corri até hoje”, afirma José Luiz, de 71 anos. Marceneiro aposentado, Luiz, que pratica atividades físicas desde 2013, começou a disputar provas em 2017. Foram, desde então, mais de cem disputas, nas quais conquistou muitos troféus e medalhas.

Essa última disputa, porém, foi especial. José Luiz teve de enfrentar o então campeão da prova, Edgar de Souza Gomes, de Jaboticabal, considerado o grande favorito. “A torcida do Edgar era muito grande, incentivou ele o tempo todo”, fiz o guaraense, que conseguiu superar a estratégia do adversário.

“Antes da prova, ali, nos bastidores, fiquei sabendo que a tática dele seria correr atrás de mim a prova toda e dar o sprint nos últimos 50 metros para então ganhar”, conta Luiz, se referindo à arrancada final que normalmente acontece em provas de média distância. “Daí resolvi aumentar o ritmo faltando uns 250 metros, e ele não conseguiu me acompanhar.”

Mesmo assim, o “pega” foi acirrado: Edgar chegou ao final apenas três segundos atrás de Luiz. Ambos dominaram completamente a prova. O terceiro colocado, Reinaldo Rozette, de Sertãozinho, ficou quase um minuto atrás.

José Luiz revela treinar quase todos os dias, sempre auxiliado pelo filho Rodrigo da Silva Luiz, educador físico. O percurso, segundo ele, depende da prova para a qual está se preparando: pode correr um ou dois quilômetros ou muito mais, como fez nos treinamentos para provas de fundo que já disputou, como as tradicionais São Silvestre, de 15 km, em São Paulo, e a Volta da Pampulha, de 18 km, em Belo Horizonte.

Além da preparação, o motivo da vitória em Ribeirão Preto pode ter contado com outro ingrediente: “Sempre quis ser campeão regional”, destaca Luiz. Por ter sido campeão na etapa regional, ele está qualificado para disputar a prova da etapa estadual, na segunda semana de julho, em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba.

No caso de Angélica, 66 anos, servidora pública federal que trocou São Paulo por Guará há cinco anos, o feito também foi significativo. A prova em Ribeirão Preto foi a primeira da qual participou – e já subiu ao pódio.

Angélica treina corrida desde 2019, mas a participação em competições teve de ser postergada, por conta da pandemia. Ela conta ter conhecido o bombeiro Diego Souza em uma sessão de academia. Naquele ano, Diego a convidou para integrar o “Começar Correndo do Zero”, projeto que incentiva a prática esportiva em Guará e região. 

Desde então, Angélica treina corridas em dias alternados da semana. Quando exercita pernas na academia, descansa. Quando exercita braços, vai pra rua ou pra pista do Ginásio de Esportes.

Embora tenha nascido na capital paulista, Angélica Maria dos Santos tem forte ligação com Guará. “Minha avó, Cândida Barbosa dos Santos, morou a vida inteira e ainda mora na Vila Vitória”, ressalta ela, que desfraldou a bandeira do município durante a cerimônia de abertura dos Jogos em Ribeirão Preto.

“Sempre vim pra cá nas férias e nos feriados prolongados, com meu marido e meus filhos”, explica Angélica, que na quarta-feira, 22 de junho, ao lado de José Luiz, foi recebida pelo prefeito Vinicius Engenheiro e pela vice-prefeita Maura Moreira. “Foi para cá que viemos passar a lua de mel, em 1984”, lembra Angélica. “Levo Guará no meu coração.”