Aos 13 anos de idade, Naiane Gabriele Alves Gonçalves entrou para o seleto grupo de estudantes guaraenses que conquistaram medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmpe). Aluna da Escola Municipal Urbano de Andrade Junqueira, Naiane conquistou a medalha de bronze na 16ª edição da olimpíada, referente a 2021, cujos resultados foram divulgados na semana passada. 

Na quinta-feira 18 de agosto, ela recebeu o certificado, em cerimônia que reuniu o secretário municipal de Educação, José Paulo Silvério; a supervisora de ensino da secretaria, Regina Coelho; uma das coordenadoras do “Urbano”, Cristiana Chaud; a professora Iéte Mantovani Cavallari, que a orientou durante todo o ano letivo de 2021; e, claro, os pais dela, a manicure Marina Elisa e o administrador Márcio Vinícius.

“Gosto muito de matemática. Acho legal o raciocínio lógico”, afirma a tímida Naiane, que já está desfrutando do Programa de Iniciação Científica (PIC) concedido pela Obmep aos medalhistas, para que aprimorem os estudos em matemática. 

Promovida pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada, com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática, a Obmep é um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas, com recursos dos ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O concurso foi criado em 2005 para estimular o estudo da matemática e identificar talentos na área.

A Obmep-2021 reuniu 17.357.381 alunos de 49.561 escolas públicas de 99,84% dos municípios brasileiros. Naiane conquistou a medalha de bronze no nível 1, que reúne estudantes do 6º e do 7º ano do Ensino Fundamental. No concurso-2022, Naiane está classificada para a fase decisiva, agora no nível 2, entre alunos do 8º e 9º ano. 

A prova da segunda fase está marcada para o próximo dia 8 de outubro. “Quero outra medalha, talvez de outra cor”, anima-se ela, que agora cursa o 8º ano no “Urbano” e, neste ano, está sendo orientada pela professora Giovana Dornelas.

“É uma aluna super dedicada, atenta, que interage com a gente, que aprofunda os estudos”, destaca a professora Iéte, que no dia da prova decisiva do ano passado, ao ver os alunos entrando nas salas de aula, afirma ter cochichado à coordenadora Cristiana Chaud, apontando para Naiane: “Naquela lá eu aposto”. 

Naiane Gabriele – o Alves vem da mãe, o Gonçalves do pai – revela desejo de formar-se em Direito, como também dar aulas de matemática. “Mas ainda é muito cedo para escolher uma profissão”, ela mesma pondera. “Vamos ver...”

A matemática, por sinal, parece estar no DNA da família, que reside na Rua José de Freitas Barbosa, limite entre a Vila Vitória e o Jardim Itapema, a região mais populosa de Guará. O irmão dela, Nícolas, atualmente com 17 anos, também é medalhista de bronze da Obmep. 

E o pai, que trabalha como administrador na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em Uberaba, para onde viaja todos os dias, chegou a dar aulas de matemática, em Ituverava, anos atrás. “Agradeço a ajuda de todos”, ressalta Naiane, que em casa recebe o auxílio luxuoso do paizão. “Ele é meu segundo professor.”