Conforme iam chegando e se aglomeravam em torno da mesa para assinar a lista de presença, eles trocavam memórias, lembranças e experiências em torno daquele prédio que marcou a história da cidade. Assim foram os momentos que antecederam a exibição de um filme na manhã desta quinta-feira, 6 de outubro, no prédio do antigo cinema, dentro da programação da Semana do Idoso de Guará.

– Qual foi a última vez que a senhora entrou em um cinema?

– Vish... Acho que foi em Franca, pra ver “A Paixão de Cristo”. Mas não lembro o ano – respondeu a professora aposentada Judite Cheruti, que aos 78 anos integra a Pastoral da Criança em Guará.

– E qual foi o último filme que a senhora viu aqui neste espaço?

– Não lembro. Quando era jovem, via filmes do Tarzan, do Mazaropi. Ah, lembrei: foi “E o vento levou...”, mas também não lembro o ano – arrematou ela.

Nesta quinta-feira, dona Judite e outras 40 pessoas assistiram “Viva: a vida é uma festa”, produção da Disney assinada pelos diretores Adrian Molina e Lee Unkrich. O filme mostra a trajetória do jovem Miguel, desesperado para mostrar seu talento como músico. Depois de conhecer um charmoso malandro chamado Héctor, os dois novos amigos embarcam em uma jornada extraordinária para desvendar a verdade história por trás da história da família de Miguel.

A escolha do filme não foi por acaso: o tema “família” tem tudo a ver com os espectadores, ligados ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), prestado pelo CRAS, órgão da Secretaria de Assistência Social que organizou a Semana do Idoso de Guará. Antes da sessão, foram servidos a eles café e chá com pão de queijo e, durante a exibição, refrigerante e pipoca

“Este filme serviu para despertar o lado cultural e reativar a memória deles”, explica a coordenadora do CRAS, Ângela Paulino Soares, se referindo ao local da exibição, o prédio do antigo cinema de Guará, hoje batizado de Centro Educacional de Multimídia “Mauro Henares”.

A Semana do Idoso termina na noite desta sexta-feira, dia 7, com um jantar com música ao vivo dos anos 60, no recém-reformado Centro do Idoso.